Em 1992, o autor Preston B. Nichols escreveu as memórias dele sobre algo que teria vivido dentro do exército dos Estados Unidos, mais precisamente na base aérea de Camp Hero, em Montauk, Nova York.
![]() |
Livro The Montauk Project: Experiments in Time, do autor Preston B. Nichols |
O livro The Montauk Project: Experiments in Time relata que ele teria sido parte de um projeto de experimentos, onde teria sido testado e, junto de outras pessoas, teria criado uma máquina que conseguia ler a mente das pessoas.
Após publicar o livro, várias pessoas passaram a contatar Nichols para dizer que também se lembravam de coisas estranhas. Entre as alegações dessas pessoas estão: abertura de portais espaço-temporais para outras dimensões, contato com seres de outras realidades e o sequestro de crianças.
Dentro desse projeto, existe ainda a alegação de viagem no tempo. Algumas pessoas afirmaram ter visitado outros planetas e momentos no passado da Terra.
Experimento da Filadélfia
Segundo essas alegações, teria existido ainda um projeto chamado Experimento da Filadélfia.
Em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, para fugir dos nazistas, o USS Eldridge, um estaleiro naval, teria ficado invisível e desaparecido dos radares e também a olho nu sendo transportado da Filadélfia para Norfolk, na Virgínia, a mais de 300 quilômetros de distância do local inicial.
![]() |
USS Eldrigde foi transportado da Filadélfia para Norfolk |
Quando o estaleiro reapareceu, vários militares teriam ficado entranhados na estrutura do navio, morrendo logo em seguida. Outros, que sobreviveram, teriam ficado afetados mentalmente.
The Philadelphia Experiment – o filme
Em 1984, um filme contando a história do Experimento da Filadélfia, de maneira romantizada e bem exagerada, foi lançado.
Quando o filme foi ao ar, diversas pessoas passaram a alegar lembrar de terem vivido o que foi relatado na produção.
![]() |
Al Bielek |
Al Bielek, um homem de 58 anos, em 1988, teria assistido ao filme e alegou ter passado por um déjà-vu. Incomodado com isso, ele teria procurado terapias para se lembrar de algo e, assim, disse que conseguiu desbloquear lembranças estranhas. Ele teria feito parte do Experimento da Filadélfia e do Projeto Montauk, que estariam entrelaçados.
O nome verdadeiro dele seria Edward Cameron, e o nome teria sido alterado pela CIA como forma de proteção. Ele e seu irmão Duncan eram membros da tripulação do Eldridge em 1943, quando tinham 20 anos.
![]() |
Duncan Bielek |
Edward (ou Bielek) deu uma palestra em uma audiência da Mutual UFO Network Conference em 1990. Na ocasião, ele disse que ele e o irmão estavam a bordo do USS Eldridge quando aconteceu a transposição.
![]() |
Segundo Edward ou Bielek, Nikola Tesla teria criado um equipamento que fez o navio ser transportado através de um buraco de minhoca. |
Ele ainda alegou que Nikola Tesla teria criado um equipamento que fez o navio ser transportado no espaço-tempo, através de um buraco de minhoca para o futuro. Assim, Edward (ou Bielek) e o irmão foram parar no Camp Hero de Montauk em 12 de agosto de 1983.
Edward (ou Bielek) diz que ele e Duncan teriam se juntado ao Projeto Montauk, que teria se desenvolvido por conta do Experimento da Filadélfia. Já no projeto, ele e o irmão conheceram Nichols, autor do livro The Montauk Project: Experiments in Time, na década de 1970, e juntos desenvolveram a “Cadeira Montauk”, um dispositivo de leitura da mente que era um componente central de todo o projeto.
![]() |
Cadeira Mountak. Imagem Série As Visões da Raven |
Nichols detalhou seu suposto trabalho sobre a Cadeira Montauk em seu livro, onde a cadeira seria capaz de fazer qualquer um desenvolver poderes psíquicos. Inclusive, ele diz que Duncan Cameron desenvolveu o poder de manifestar objetos com sua mente usando o dispositivo.
Com essa cadeira, eles foram capazes de abrir novas dimensões. Em um trecho do livro, Nichols descreveu outro experimento semelhante à visão remota, um conceito paranormal que foi realmente pesquisado pela CIA no projeto MK-Ultra:
“O primeiro experimento foi chamado ‘O Olho que Vê’. Com uma mecha do cabelo de uma pessoa ou outro objeto apropriado na mão, Duncan poderia se concentrar na pessoa e ser capaz de ver como se estivesse vendo através dos olhos dela, ouvindo através dos ouvidos e sentindo através do corpo. Ele podia ver através de outras pessoas em qualquer lugar do planeta.”
![]() |
Montauk Boys, projeto de crianças sequestradas. Imagem: Propaganda Netflix com Chiquinha. |
Nichols vai além e acusa o governo dos Estados Unidos de sequestrar crianças com menos de 4 anos de idade para experimentos. Essa parte do projeto ganhou o nome de “Montauk Boys”. A ideia era pegar crianças de rua, ou mesmo de casas de pessoas de baixa renda, onde essas pessoas não seriam capazes de denunciar o desaparecimento das crianças.
![]() |
Stewart Swerdlow |
Segundo Nichols, essas crianças eram torturadas e abaladas, e por isso perdiam a memória do que aconteceu. Porém, um homem afirmou se lembrar de tudo: Stewart Swerdlow, que tinha 52 anos quando deu uma entrevista ao The Sun em 2017, alegou ter sido uma das crianças sequestradas para fazer parte dos experimentos.
“Quando os experimentos começaram, eles tinham como alvo meninos 'descartáveis', como órfãos, fugitivos ou filhos de viciados em drogas. O tipo de criança que ninguém realmente procuraria”, relatou.
“O objetivo era fraturar sua mente para que eles pudessem programar você... eles mudavam a temperatura de muito quente para muito frio, morriam de fome e depois se alimentavam demais. Lembro-me de ter sido espancado com uma vara de madeira.”
“E eles adoravam segurar sua cabeça debaixo d'água até você quase se afogar. Isso foi eficaz — é provável que uma pessoa ouça e obedeça ao seu 'salvador'. Eles também usaram LSD para colocar nossos cérebros em um estado alterado.”
Além disso, Swerdlow acrescentou que também presenciou crianças sendo abusadas sexualmente como uma maneira de traumatizar ainda mais essas vítimas.
“Nos primeiros dias, quando estavam aperfeiçoando as coordenadas, muitos meninos estavam simplesmente perdidos”, disse ele.
“Ainda hoje tenho pesadelos sobre isso. Eu não estava lá quando a Cadeira Montauk foi desligada, mas senti como se tivesse subitamente sido desconectado da eletricidade.”
O fim dos projetos
Nichols e Duncan teriam se rebelado contra o projeto e acabado com tudo.
“O programa de contingência foi ativado por alguém que se aproximava de Duncan enquanto ele estava na cadeira. Então, ele ouviu um sussurro: ‘A hora é agora’. Nesse momento, ele sentiu um monstro em seu subconsciente.”
“E o transmissor realmente retratou um monstro peludo. Era grande, peludo, faminto e desagradável. Mas ele não apareceu no subsolo ou em um ponto nulo. Ele se manifestou em algum lugar na base. Ele comeria qualquer coisa que pudesse encontrar. E esmagaria tudo à vista. Várias pessoas diferentes o viram, mas quase todo mundo o descreveu como um animal diferente.”
Nichols então teria destruído os equipamentos para remover a criatura da existência e enviá-la de volta à sua dimensão original. Todo o local foi inundado com cimento e o projeto encerrado. Nichols ainda disse que todos os envolvidos com o projeto tiveram suas memórias apagadas com técnicas do projeto MK-Ultra.
As instalações desativadas de Camp Hero continuam de pé até hoje, assim como as estações do radar SAGE, que se tornaram um marco notável para os barcos que navegam ao redor da bifurcação de Long Island.
Militares afirmam que a história é uma invenção. Os moradores dos arredores da base aérea de Camp Hero também não acreditam na história e afirmam que tudo foi inventado. Hoje, é possível visitar o local, que virou um parque. Muita gente alega sentir coisas estranhas ao caminhar por lá.
O presidente da Câmara de Comércio local, Paul Monte, diz que as histórias foram aumentadas, mas que não duvida de que algumas coisas possam ter acontecido por lá nos anos da Guerra Fria.